POETA ALLAN SALES


Pinçando temas e motes nas redes sociais da internet.

Uma das coisas mais interessantes dessa coisa de fazer poesia nordestina de formas fixas é encontrar assunto para escrever. Nas redes sociais, muitas vezes, vejo frases e pensamentos que as pessoas costumam postar nos seus perfis, razão pela qual, muitas dessas ocasiões, uma simples frase pinçada dessas publicações virtuais traz em si um veio temático interessante. Uma pessoa amiga postou um desses textos falando acerca da solidão humana e seus reflexos existenciais, daí, sem alterar a frase, apenas buscando a metrificação, veio da no seguinte mote:

Não há falta na ausência / A ausência é estar em mim

Somos nós seres completos

Tudo nosso está em nós

E de dentro nossa voz

Nossos sonhos são repletos

E na busca dos afetos

Tem princípio meio e fim

Algo bom algo ruim

Só se mostra na vivência

Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim

E na busca incessante

Nossa vida em cada dia

Um viver pela alforria

Ser intenso em cada instante

E assim ir adiante

Rumo ao sonho num confim

Ouço a voz de um querubim

Quando busco minha essência

Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim

Pois sentir falta de alguém

Projeção do nosso afeto

Que se encontra em outro teto

E não mais do querer bem

Nossa mente vai além

E supera tudo enfim

Pois carinho é um coxim

Que sem ele é só carência

Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim

Somos seres do universo

Somos filhos das estrelas

As carências são pra tê-las

E espantar pensar perverso

Um consolo é nosso verso

Como um som de Tom Jobim

Pois em nós um passarim

Canta com toda potência

Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim

É fugir ou enfrentar

Entregar-se ou ir em frente

Perceber ou ser demente

Ir ao fosso ou superar

Desistir ou batalhar

Ser gigante ou ser mirim

Ser demônio ou serafim

Alcançar ou ver falência

Não há falta na ausência
A ausência é estar em mim

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