OS IMORTAIS DA POESIA
O CLUBE DO REPENTE vai todo mês homenagear um poeta, contando suas histórias e seus brilhantes versos, esse quadro vai se chamar: "OS IMORTAIS DA POESIA". Esse mês o homenageado é o grande poeta Manoel Xudu Sobrinho, Manoel Xudu, ou, simplesmente, Xudu, nasceu em São José de Pilar-PB em 15 de março de 1932 e faleceu em 1985, em Salgado de São Félix, onde residia.
Num recinto, onde Xudu deleitava a assistência com uma bonita cantoria, entra um bêbado com um copo de cerveja, o conduz à boca do festejado cantador, e pôe-se a repetir:
- Comiiiiiiiigo ôce beeebe e caaanta, tá me ouvindo?
Impaciente, o parceiro de Xudu adverte-o:
Você abusa demais,
Já estou sem paciência.
E Xudu completou:
Deixe de tanta imprudência,
Deixe eu findar a peleja,
Como é que eu posso cantar,
Tocar e beber cerveja?
Quem tem três gostos é cachorro
Que corre, late e fareja.
Em outra cantoria o poeta Furiba entregou-lhe esta deixa:
Vê-se o pequeno saguim
Pulando de pau em pau
Xudu respondeu:
Admiro o pica-pau
Trepado num pé de angico,
Pulando de galho em galho
Tocô, tocô, tico, tico,
Nem sente dor de cabeça,
Nem quebra a ponta do bico.
Manoel Filó, admirável poeta, descrevendo com Xudu a vida dos pássaros, terminou uma sextilha assim:
Pra tão longe a ave voa,
De volta não erra o ninho.
Xudu, arrematando:
A arte do passarinho
Nos causa admiração:
Prepara o ninho de feno,
No meio bota algodão
Para os filhotes implumes
Não levarem um arranhão.
Postagem: Robério Vasconcelos
Fonte: Livro de Zé de Cazuza "POETAS ENCANTADORES"
Foto: Arquivo pessoal.
24 de abril de 2010 às 13:09
Parabéns, pelo novo quadro!
Abraço poético.
24 de abril de 2010 às 13:16
28 de abril de 2010 às 01:39
Parabéns pelo blog, que a cada dia se torna mais dinâmico.
Deram um mote a Xudu:
"A viola é a única companheira
do poeta nas horas de amargura".
E ele versejou:
"Se eu morrer num sábado de aleluia
for levado ao campo mortuário,
se alguém visitar o meu calvário,
jogue água em cima com uma cuia.
Leve junto a viola de imbuia,
deixe em cima da minha sepultura.
Muito embora que fique uma mistura
de arame, de pus, terra e madeira,
a viola é a única companheira
do poeta nas horas de amargura".
GRANDE ABRAÇO!!!
4 de junho de 2010 às 06:50
é belo de mais. é muito encantador.eita poeta arretado,vixe!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!