"DE DOMINGO AGORA A OITO"




DE DOMINGO AGORA A OITO
(Jessier Quirino)

De domingo agora a oito
É dia de eleição
É dia do pleiteante
– Do fundo do coração –
Perguntar: o que desejas?
A quem tem de louça um caco
De terra só tem nas unhas
E mora de inquilino
Numa casa de botão.

De domingo agora a oito
É dia arreganha-cofre
É de ajudar os que sofrem
É dia do estende-a-mão
De se abraçar com farrapos
De mastigar vinte sapos
E não ter indigestão.

É dia de expor na fala
Que bem conhece o riscado:
– Ninguém come mais insosso
Ninguém mais bebe salgado!

De domingo agora a oito
Não relampeja nem chove
É dia que nos comove
É o grande dia D.

Agora o dia fu-D
Vai ser de domingo a nove.

O poema De Domingo Agora a Oito, foi feito em agosto de 2005 publicado no livro Bandeira Nordestina em 2006 (Ed. Bagaço )

Postagem: Robério Vasconcelos
Fonte: BTB

OS IMORTAIS DA POESIA





Zé da Luz, poeta, das terras nordestinas, nasceu em 29 de março de 1904 em Itabaiana, região agreste da Paraíba e faleceu no Rio de Janeiro em 12 de fevereiro de 1965. Veio ao mundo como Severino de Andrade Silva e recebeu a alcunha de Zé da Luz. Nome de guerra e poesia, nome dado pela terra aos que nascem Josés e, também, aos Severinos, que se não for Biu é seu Zé. Sua poesia é dita nas feiras, nas porteiras, na beirada das estradas, nas ruas e manguezais. Perdeu-se do seu autor pois em livro não se encontra. Se encontra na boca do povo, de quem tomou emprestado a voz, para dividi-la em forma de rima e verso. Seus poemas têm a cor do nordeste, o cheiro do nordeste, o sabor do nordeste. Às vezes trágico, às vezes humorado, às vezes safado. Quase sempre telúrico como a luz do sol do agreste.

A terra caiu no chão

Visitando o meu sertão
que tanta grandeza encerra,
trouxe um punhado de terra
com a maior satisfação.

Fiz isso na intenção,
Como fez Pedro Segundo,
de quando eu deixasse o mundo
levá-lo no meu caixão.

Chegando ao Rio, pensei
guardá-lo só para mim
e num saquinho de brim
essa relíquia encerrei!

Com carinho e com cuidado
numa ripa do telhado,
o saquinho pendurei...

Uma doença apanhei
e vendo bem próxima a morte
lembrando as terras do norte
do saquinho me lembrei.

Que cruel desilusão!
As traças, sem coração
meterem os dentes no saco,
fizeram um grande buraco
e a terra caiu no chão.

Postagem: Robério Vasconcelos

PRÉ-LANÇAMENTO DO DVD DE CRISTINA AMARAL


MOSTRA DE TEATRO NO SERTÃO PERNAMBUCANO



Evento: X Mostra de Teatro de Serra Talhada-PE
Data: 24, 25, 26 e 27 de setembro, 2010.
Local: Escola Normal (Serra Talhada-PE)
Homenageado: Arnaud Rodrigues (Soro)

Postagem: Robério Vasconcelos
Fonte: JBF

CANTORIA DO MÊS DE SETEMBRO








23ª MISSA DO POETA EM TABIRA-PE



Em memória ao grande Poeta Zé Marcolino e em homenagem aos poetas e artistas da região.

Evento: 23ª Missa do Poeta em Tabira-PE
Data: 13 à 18 de setembro
Local: Tabira-PE
Homenageados: Irah Caldeira e João Furiba
Realização: APPTA

Postagem: Robério Vasconcelos
Fonte: BTB

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